sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Queer Lisboa 2008


A Bico de Pena é um dos patrocinadores da 12.ª edição do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, que se realizará no cinema São Jorge, entre 19 e 27 de Setembro de 2008. O festival contará com uma vasta programação em que se incluem sessões de cinema, com vários filmes em competição, debates e festas. Para saber mais, consulte o site oficial do festival: http://www.lisbonfilmfest.com/

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Novos títulos para breve:

Arquitectura do Arco-íris, de Cíntia Moscovich
Colecção «Pena de Pato»

Arquitectura do Arco-íris reúne dez contos inéditos, que têm como eixo central o cuidado com a linguagem e o apuro técnico. Estas narrativas curtas ponderam, com uma elegância comovente, a ética e o sistema de valores que regem os afectos humanos. Com temáticas variadas, alguns contos desta obra giram em torno da vivência no bairro judeu do Bom Fim, em Porto Alegre – que poderia ser qualquer bairro judeu em qualquer cidade do mundo. Dividido em duas partes, o livro é marcado pela variedade, com diversas situações ligadas aos extremos da vida.

Os Filhos do Albatroz, de Anaïs Nin
Colecção «Pena de Pato»

Djuna é uma mulher de 40 anos, com uma fortuna inimaginável. Bailarina reformada, os seus únicos amigos pertencem ao mundo do ballet, homens que tendem a atraí-la pelas suas pouco maduras qualidades. Então, quando conhece Paul, um rapaz de 17 anos, este causa um grande impacto na sua vida. Paul fugiu do seu pai, e ela, por razões que enterrou no passado, precisa da oposição de uma figura paterna para afinar os seus desejos… Os Filhos de Albatroz é um dos trabalhos mais pungentes de Nin, que captura brilhantemente as nuances e as sensações do amor adolescente.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Imprensa:

Madame Butterfly, John Luther Long
Colecção Pena de Cisne, € 9,00

«Esta é a história de Pinkerton, um soldado americano colocado em Nagasaki que se casa com uma japonesa, por brincadeira, a quem chamava Madame Butterfly. Quando ele regressa aos Estados Unidos ela fica à espera que ele volte... Esta obra começou por ser publicada, em 1898, na Century Magazine. Só depois David Belasco a adaptou ao teatro, modificando-a. A peça tem apenas um acto e o dramaturgo alterou o final, enfatizando os aspectos mais trágicos. O sucesso da peça levou a que mais tarde Giacomo Puccini compusesse a ópera Madame Butterfly.»
Ípsilon, sexta-feira 5 de Setembro 2008
Crítica de imprensa:

«Génio disfuncional


Isenta de melodrama, pontuada de humor corrosivo, uma escrita capaz de nos levar das lágrimas ao riso.

Depois do êxito planetário de Correr Com Tesouras, a sua muito aclamada autobiografia da infância e adolescência, Augusten Burroughs (n. 1965) não perdeu tempo: avançou com A Seco, memórias de um criativo de publicidade dependente do álcool. Os livros são de 2002 e 2003, respectivamente, e o primeiro até deu azo a um divertido filme de Ryan Murphy com Joseph Cross no papel de Augusten Burroughs. A família (a mãe é escritora e poeta, o pai é director do departamento de filosofia da Universidade de Massachusetts Amherst) não gostou do que leu, e a Vanity Fair publicou em 2007 um artigo que pretende demonstrara manipulação de grande parte dos incidentes que Augusten Burroughs assume como biográficos. Polémicas à parte, o aplauso é geral: o primeiro livro Sellevision (2000), está a ser adaptado ao cinema, e as colectâneas de ensaios vendem-se como amendoim. Não esquecer que o autor é colunista das publicações de língua inglesa mais influentes dos dois lados do Atlântico.

À primeira leitura, pode parecer que Augusten Burroughs escreve no registo linear que faz escola desde Menos que Zero (1985), de Bret Easton Ellis. Mas, para todos os efeitos, Augusten não faz parte do Brat Pack, o grupo de autores (Ellis, Jay McInerney, Tama Janowitz, David Leavitt, Donna Tartt, etc.) que nos anos 1980 redefiniu o pós-modernismo americano. A sua escrita tem uma plasticidade capaz de nos levar das lágrimas ao riso. Os seus livros, e este em particular, estão isentos de melodrama, mesmo quando nacos de tragédia sórdida convivem com o humor mais corrosivo.

Tal como em Correr Com Tesouras, Augusten é o narrador e protagonista de A Seco. Começa por explicar como, sem habilitações formais, entrou e fez sucesso na profissão. Aos 13 anos havia sido entregue pela mãe, para adopção, ao seu psiquiatra: "Levei então uma vida de infelicidade e pedofilia, sem ir à escola e com comprimidos de borla. Quando finalmente consegui escapar, apresentei-me às agências de publicidade como um jovem autodidacta, levemente excêntrico [...] Omiti o facto de não saber soletrar uma palavra e de fazer broches desde os treze anos." Trabalho e talento fizeram o resto. Aos 25 anos faz parte dos "happy few" de Manhattan, mas a crescente dependência do álcool põe tudo em risco.

Augusten é gay, mantendo uma relação de enamoramento com um antigo amante: "Pighead e eu conhecemo-nos através de uma linha de telefones eróticos. Eu tinha acabado de me mudar para Manhattan [...] Contei-lhe a minha vida de publicitário, impressionando-o com a minha falta de formação académica para além da escola primária e com o meu sucesso numa idade tão jovem." Pighead é um jovem banqueiro de investimentos, de origem grega, seropositivo, que vive num apartamento faustoso na companhia de Virgil, o seu terrier de estimação. Por seu lado, Augusten, não obstante os 200 mil dólares de salário anual, sobrevive no meio do caos, com a casa atulhada de garrafas vazias, tantas que "enchem vinte e sete sacos gigantes, de tamanho industrial". Deu por isso no dia em que regressou a Nova Iorque após um mês de desintoxicação no Minnesota. Tem dificuldade em acreditar no que vê e perder sete horas a encher os sacos. O pior vem depois: a sua relação com Foster, dependente de crack; a partida de Hayden; a morte de Pighead. Nessa altura descobre que passou "meses a tentar matá-lo com os [seus] pensamentos". Quando Augusten por fim desmorona, os capítulos tornam-se sombrios, fazendo abrandar o ritmo dos diálogos (no geral bastante divertidos). Só o sarcasmo permanece incólume.
[...]»

Eduardo Pitta, Ípsilon, sexta-feira 5 de Setembro 2008

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Imprensa:

A Seco, Augusten Burroughs
Revista LER, Setembro 2008

«O norte-americano Augusten Burroughs (n. 1965) é um habituée da lista de best-sellers do The New York Times. Foi assim com Correr Com Tesouras (também editado pela Bico de Pena), história tragicómica da sua invulgar infância e adolescência, e é assim com A Seco: um dia, o copywriter de uma agência de Nova Iorque descobre que tem em casa mais de mil garrafas vazias de cerveja e outras centenas de whisky. E não se lembra como foram lá parar.»



Geração Queimada da América, Zadie Smith
Revista LER, Setembro 2008

«Na origem desta antologia esteve um ousado escritor italiano que reuniu 19 jovens autores norte-americanos, encomendando a Zadie Smith um prefácio. O resultado não podia ser mais surpreendente, pois estas histórias contemporâneas dão-nos um retrato muito pouco consensual do que é a América dos dias imediatamente anteriores aos atentados de 11 de Setembro. O que mais espantou a escritora foi a melancolia e a tristeza subjacente a todas as histórias, em que a possibilidade da morte, da doença ou de um infortúnio iminente, fazem as vezes do optimismo artificial que comanda as relações humanas na pátria das oportunidades a qualquer preço. Não parecia ser o caso então, como mais tarde se veio a verificar, quando as ondas de choque da queda das Torres Gémeas se disseminaram pelo tecido psicossocial americano. Muitas destas histórias vão ao cerne dos mitos da vida americana, desde a publicidade à vida comunitária, laboral e pessoal. O mal-estar, um mal de vivre profundo, pontua muitas destas páginas, ferozes as mais das vezes e pouco inclinadas à autocomplacência, num desejo de catarse, às vezes bastante surreal, e exorcismo da falsidade inerente a um modo de vida vazio e sem horizonte redentor. O tempo dirá se nasceu uma nova geração, mas este livro, na sua variedade de caminhos, é um indício muito interessante, e uma leitura que se recomenda.»

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Críticas de imprensa:

A Última Noite que Passei Contigo
Os Meus Livros
, Setembro 2008

«Célia e Fernando estão casados há vários anos. A sua ligação já não possui o fogo de outrora, mas um cruzeiro pelas Caraíbas pode ser a solução para injectar um novo fôlego na sua paixão adormecida. Ângela e Abel formam uma outra dupla, cuja história vamos conhecendo ao longo das páginas deste livro, enquanto vamos mergulhando num clima de extrema sensualidade e erotismo.»




.
Califórnia
Sara Figueiredo Costa, Os Meus Livros, Setembro 2008

«Tomar partido

Numa Califórnia animada pela festa contínua, o madrileno Charly vive sem outras preocupações que não a satisfação dos seus desejos, e nem sequer o governo de Franco na sua terra natal, parece interessar-lhe. Três décadas mais tarde, em Madrid, Charly é agora Carlos, executivo de uma empresa, vivendo com o seu namorado Álex em discreta rotina. E quando César Peralba, um trabalhador da empresa, decide reclamar o direito de acompanhar Ignacio, doente de Alzheimer, com quem vive, Carlos ver-seá confrontado com a necessidade de assumir uma posição, enfrentando todos os fantasmas que, do passado, parecem cobrar-lhe a atitude que nunca tomou.
No seu mais recente romance, Mendicutti explora o conflito entre o indivíduo e a sua existência política, ilustrando a tese de que qualquer pessoa pode mudar.»
.